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quarta-feira, 7 de julho de 2010

a jornada rumo às MINAS GERAIS diário de bordo

O primeiro Festival Nacional
XVIII FESTIMINAS Festival Mineiro / Nacional de Teatro

No dia 15 de julho de 1998, quarta-feira à noite, o teatroTACS partiu de Besta rumo às Minas Gerais para o seu primeiro festival. A empolgação, a motivação era tanta que estravazava e não cabia em uma Besta, por isso o boi teve que ir amarrado em cima do carro. Doze (12) pessoas e um boi em um carro que só cabia 12 pessoas. Mas a motivação era tão grande que o que importava era chegar era conquistar as Minas Gerais. Éramos Dez (10) TACSISTAS: Juarez Fontenele, Zenilda Souza, Xagá Silvas (Francisco Chagah), Francisca Santos, Edina Rodrigues, Silvana Lira, Hilda Lima, Odete Silva e Jacy Luis e dois motoristas: Flávio e João Pedro, em busca do novo.

Viajamos com a cara e a coragem, alguns com pouco dinheiro outros sem, apenas com um suprimento de comida que nos alimentou na ida e na volta. Fomos pelo Maranhão em busca de melhores caminhos. Na quinta almoçamos na Churrascaria Pequiá em Açailândia MA e na sexta jantamos na Pamonharia e Restaurante Novo Sabor em Piracanjuba Goiás. Nas demais refeições usamos os alimentos que tínhamos: biscoitos, doces, sardinhas, mortadelas, leite longa vida...

No dia 18 de julho (sábado) às 6 horas da manhã chegamos em Betim sob um frio muito forte. Foi uma viagem tranqüila, porém apertada pela falta de espaço. O único problema foi com a bagagem e o boi que viajaram em cima do carro, só aparecia o chifre do boi e isso chamou muita atenção pelo caminho. Tivemos que parar muitas vezes para arrumar a bagagem e o boi que ameaçavam cair de vez em quando, pois, estavam amarrados em cima de um colchão. A nossa previsão era de chegarmos pelo menos 12 horas antes na sexta à noitinha. O pessoal da Funarbe nos receberam e nos alojaram na Escola Municipal Deputado Provincial Antonio D’Assis Martins - O Gigante junto com os demais participantes do festival. O frio estava muito forte, o que provocou câimbras nos pés e pernas, muita ardência e ressecamento de nariz e lábios de alguns tacsistas. Sofremos muito com o frio intenso.
À tarde o Jacy e o Francisco Chagah foram à sede da Funarbe e confirmaram os detalhes das apresentações do teatroTACS, e inscreveram os tacsistas nas oficinas.
Sábado 18 à noite fomos à praça Milton Campos em Betim para a Abertura do XVIII FESTIMINAS com o espetáculo teatral “Um Moliére Imaginário” do grupo Galpão de Belo Horizonte. É uma comédia excelente. Foi uma apresentação impecável. Depois na Casa da Cultura, vizinha à praça teve a apresentação do Grupo de Dança Capela Nova de Betim. “Muito boa apresentação”.

Na manhã do domingo 19 na casa da cultura assistimos a uma palestra com o Flávio Guarniere com o tema “O Teatro de Arena”. Ensaiamos à tarde e ficamos muito cansados por causa do frio.
À tarde na praça Milton Campos assistimos uma “Escrete de Seleção” com o grupo AS MARIAS DA GRAÇA do Rio de Janeiro. “Muito boa apresentação”. Da praça nós fomos ao SEST/SENAT em Contagem onde assistimos ao Show “Ta rompeno deixa que vá” com Sulino Romeiro de MG.
À noite nós fomos ao SESI/BETIM onde assistimos ao espetáculo teatral “Cartarse Conta Sumbi”, com o grupo Cartase e o Flávio Guarniere.

Na segunda 20 o Francisco Chagah assistiu um pouco as oficinas de circo e percussão e ritmo e cantou a pedido do instrutor a música de despedida do Boi pro pessoal aprender a letra e colocar ritmo nela. À tarde estava agendada uma reunião motivacional e um ensaio, mas em vez disso aconteceu “um pega pra capar”.
Depois no final da tarde nós fomos à praça Milton Campos, onde assistimos ao espetáculo “Baba de Palhaço” do grupo Pesquisa MG. Fizemos um ensaio parcial da Festa do Boi Estrela na praça.
À noite nós fomos ao SESI/Betim e assistimos “Escárnios e Esquecidos” do grupo Entre Aspas de BH. “Bom espetáculo”. De lá fomos à Casa da Cultura para “A Morte do Amadeu” da Cia Trupe Teatral MG. “Ótimo espetáculo e bem cômico”.

Na tarde da terça-feira 21 o teatroTACS apresentou “A FESTA DO BOI ESTRELA”, na praça da Savassi em Belo Horizonte. Fomos recepcionados pelo repórter global Paulo Canarinho que já sabia tudo sobre o nosso grupo e estava lá para cobrir a nossa apresentação e que seriam duas chamadas ao vivo que ele iria fazer durante a nossa apresentação. Nos apresentamos de frente ao Mec Donald’s, uma esquina muito barulhenta. Mas só podia ser lá por causa dos equipamentos da rede globo que já estavam instalados. Nos apresentamos e foi uma “boa apresentação”. Depois o Paulo Canarinho agradeceu a gente, ele foi muito gentil e atencioso. Ele confirmou que as duas reportagens ao vivo deram certo. Logo que a gente voltou algumas pessoas falaram que tinham visto a gente na TV.
À noite os homens do TACS fomos ao SESI/Betim e assistimos “Os Gregos” do grupo Apocalipse. “Muito bom espetáculo”.

Na quarta 22 à tarde nós fomos à praça Milton Campos e assistimos “Trupizupe, o raio da Silibrina” da Cia Escaréu – Mossoró RN. “Muito bom espetáculo”. À noite o TACS se reuniu. Depois fomo ao SESI/Betim onde assistimos “Nem tanto o santo” do grupo Alma MG. “Ótimo espetáculo”. Em seguida na Casa da Cultura assistimos um Recital do Tatu na voz e o Leonardo no sax.

No início da tarde de quinta-feira 23 ensaiamos o Boi e surgiu uma oportunidade de nos apresentarmos novamente na Savassi, mas o teatroTACS não se apresentou porque a maioria não concordou. Depois nós fomos à praça Milton Campos. Assistimos “O Julgamento” da Cia Café com Leite, Passos MG. “Bom espetáculo”. Depois assistimos na Casa da Cultura “A menina e o Boizinho” grupo Escarlet, Floriano Piauí. À noite fomos ao SESI, assistimos “A Prece dos Malditos” do grupo Apocalipse e “O Triato”, grupo Terra MG. “Ótimo espetáculo”.

Na sexta 24 pela manhã outra equipe da Rede Globo entrevistou novamente o Francisco Chagah agora no alojamento sobre a oficina de Técnica Vocal e o Repórter Eduardo também quis saber também sobre a viagem do teatroTACS e a importância das oficinas e do FESTIMINAS para o grupo. Foi mais uma divulgação pra gente super legal. À tarde nós fomos à Casa da Cultura. Nos arrumamos lá. Às 17 horas apresentamos “A FESTA DO BOI ESTRELA” para o FESTIMINAS na praça Milton Campos para um público muito grande, apesar de poucas pessoas participantes do festival. Foi uma “boa apresentação”. O público gostou muito e os jurados sorriram muito. Depois fomos muito elogiados, cumprimentados, parabenizados e convidados para nos apresentarmos em outras cidades.
À noite fomos ao SEST/SENAT e assistimos ao “Itinerário de São Francisco”, grupo Ativarte de MG. “Boa apresentação”. No SEST/SENAT o Jéferson, o Flávio Guarniere e a Cidinha todos do grupo Catarse de São Paulo e outras pessoas cumprimentaram muito o Francisco Chagah com fortes abraços. O Jéferson que achou ótimo o espetáculo, disse que se emocionou com o nosso trabalho. O Flávio falou “que foi ótimo o nosso trabalho”.
Depois nós fomos ao SESI onde assistimos “O Cabeça de Cuia” da Cia Teatral de Oeiras PI.
No sábado 25 à tarde na praça Milton Campos assistimos “Um Lobo, um Rei e um Brejo Encantado”, grupo Educando RJ. “Ótimo espetáculo”. Na Casa da Cultura assistimos “O homem que chora por um olho só”, Dramática Cia Belém PA. À noite assistimos “Gags e Pantomina” grupo No Mundo da Lua SP. De lá nos fomos ao Castelinho para a Festa La Brega e Chica, o baile dos artistas.

No domingo 26 à tarde assistimos na Casa da Cultura “O Casamento de dona Baratinha” grupo Água Branca MG. À noite mais uma vez somente os homens do TACS fomos ao SEST/SENAT e assistimos “Hamelet Máquina” grupo Gruta Belém PA.

Na segunda 27 o prefeito de Betim Jesus Lima almoçou com a gente no alojamento e à tarde na praça Milton Campos assistimos “O Felizardo” Cia Asas do Invento MG. À noite assistimos no SEST/SENAT “Salubha Axé” Cia de Dança Elineuza Ramos Floriano PI. “Bom espetáculo”.

Na terça 28 à tarde participamos da caminhada pela paz aqui dos arredores do Gigante até a Casa da Cultura. À noite assistimos no SEST/SENAT, “O mendigo ou o cachorro morto” grupo Vivência Belém PA. “Bom espetáculo”.
À noite fomos ao SESI para a cerimônia de encerramento do FESTIMINAS 98. Assistimos a uma mostra da oficina de Percussão e Ritmo. “Belíssima e emocionante”. Assistimos também a uma escrete de trechos de várias peças participantes do Festiminas.
O teatroTACS recebeu um Certificado de Honra ao Mérito. O Francisco Chagah recebeu do Thomas Edson, coordenador do evento uma homenagem através de uma placa metálica onde está escrito: “XVIII Festiminas, realização da Fetamig, homenageia os Artistas do Piauí presentes em Minas Gerais”.
O teatroTACS ganhou também o prêmio especial do Júri pelo trabalho de Educação em Saúde através do teatro. Este prêmio troféu foi entregue ao Francisco Chagah pelas mãos de Ana Carneiro. O Sr. Mário de Oliveira disse: “o TACS mereceu esse prêmio e não tinha como nós não ganharmos esse prêmio” e que essa era a opinião de todos os demais jurados.

Esse prêmio é muito importante para o teatro dos ACS não apenas por ter sido o primeiro, mas, por ter sido julgado em um FESTIVAL Nacional e por um corpo de Jurados de altíssimo nível. O teatroTACS foi muito cumprimentado por essa premiação especial.

Logo que chegamos da Cerimônia de Encerramento do FESTIMINAS arrumamos as trouxas e nos mandamos de volta para o Piauí. Saímos de Betim umas 3 horas da madrugada do dia 28 de julho de 1998. Passamos em Goiânia pra pegarmos a mulher do João Pedro que voltou de carona com a gente. Nesta quarta-feira os motoristas só pararam umas 5 horas da tarde no Restaurante Rancho de Palha em Goiânia pra gente almoçar. Na quinta almoçamos na Churrascaria Imperador II em Paraíso do Tocantins, TO. Tanto na quarta como na quinta à noite nós paramos nos postos de combustíveis à beira da estrada para dormirmos. Na sexta no entroncamento com o Maranhão em uma quitanda compramos arroz feito, refrigente, fizemos sardinha com mortadela e almoçamos numa boa. Chegamos em Parnaíba umas 8 horas da noite do dia 30 de julho com muito conteúdo na “cachola”.

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